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segunda-feira, 12 de março de 2012

A PÁSCOA E A MULHER

A PÁSCOA E A MULHER
(Mulheres, as primeiras portadoras do anúncio da Ressurreição)

TANIA E TIQUINHO
MFC DESCALVADO – SP

A
 mulher nos dias atuais tem perante a sociedade, assumido um papel de muita responsabilidade, pois em razão de sua “dupla” função (doméstica e profissional), a mesma vê-se sempre sobrecarregada, com pouco ou quase nenhum tempo para dedicar à família. Este talvez possa ser um dos grandes “desafios” que o Movimento Familiar Cristão, pode lançar seu olhar, por ocasião do XVIII ENA, em julho de 2013 na cidade baiana de Vitória da Conquista, com o tema: “FAMÍLIAS: ABRAM OS OLHOS PARA OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI”, oferecendo uma discussão sadia, sob a ótica do Evangelho, resgatando o valor da mulher e a sua dignidade.

Vale à pena conferir e descobrir (se for o caso, para quem não conhece), como a mulher era tratada e considerada na época de Jesus:  
  
"Louvado seja Deus que não me criou mulher", costumavam rezar os homens da terra de Jesus.

Assim era o tratamento. Para o homem, tudo. Para a mulher, nada, ou quase nada. Em vários aspectos, a situação da mulher não era muito diferente da situação de um escravo.

Era considerada propriedade do marido. Tinha que cuidar da casa, dos filhos. Tinha que obedecer, sempre. Se não conseguia ter filhos, era desprezada.

O marido, se arranjava outro amor, não acontecia nada. Muitas vezes, por qualquer motivo, podia dispensar a mulher. Por exemplo, uma comida mal feita.

No templo, a mulher só podia entrar até certo ponto: havia um espaço reservado para ela. Na sinagoga (a casa de reunião e de oração), uma barreira separava as mulheres dos homens.

Podia haver até quinhentas mulheres na sinagoga, mas se pelo menos dez homens adultos não estivessem presentes, a celebração não podia começar. A mulher não podia fazer as leituras, nem dizer o que pensava e sentia, quando um dos homens presentes tivesse acabado de ler.

Já desde a infância, o menino e a menina eram tratados e educados de forma diferente. O menino freqüentava a escola, e quanto mais aprendesse, melhor. A menina, não. Nada de escola, e quanto menos se ensinasse a ela, melhor. Devia aprender somente a fazer "coisas de mulher". Em alguns casos, a menina podia ser vendida como escrava.

Uma mulher não podia ser testemunha num tribunal. Não podia pedir divórcio. Se tivesse mesmo que sair de casa, precisava usar um véu na cabeça. Ninguém devia conversar em público com uma mulher casada, nem cumprimentá-la.

Como pudemos observar, a mulher na época de Jesus era totalmente discriminada, sob o aspecto religioso, a mulher não era igual ao homem.
Estava sujeita a todas as proibições da lei, a todo rigor da legislação civil e penal e, mesmo a pena de morte.

Jesus agiu diferente, resgatando a dignidade da mulher, suas atitudes contrariaram as leis de seu tempo, desafiou a sociedade de sua época.

É neste quadro de antifeminismo que devemos situar a mensagem libertária de Jesus, pois, superando essa postura unilateral, amou, andou e falou com as mulheres (Lucas 8,1-3; João 4,1-42); deixou-se tocar e ungir por elas (Lucas 7,36-50; 8,43-48); usou de misericórdia e compaixão (Lucas 4,38-39; 13,10-17; Mateus 15,21-28); fez delas seguidoras e discípulas (Marcos 8,34; 14,3-9; 15,40-41) e finalmente, deu-lhes o privilégio ímpar de serem as primeiras testemunhas da ressurreição.

Vejamos outras situações em que Jesus valoriza a pessoa feminina:

João 2, 1-10 (Bodas de Cana);
João 8, 1-11 (Mulher adultera);
Lucas 7, 36-48 (Arrependimento de Maria Madalena);
Lucas 24, 1-11 (Mulheres as portadoras do anúncio da RESSURREIÇÃO).

Jesus, o Homem identificado com a mulher, suscitou um discipulado de iguais que ainda precisa ser redescoberto e realizado pelas mulheres e homens nos dias de hoje.

REFLEXÕES:
1) Existe alguma semelhança entre a situação das mulheres do tempo de Jesus e a situação das mulheres nos dias de hoje? Explique.

2) A liberdade conquistada pelas mulheres, nos dias atuais, na sua opinião, contribui de que forma na constituição da base familiar? Justifique.

3) Apesar de suas conquistas, a mulher está sendo tratada com dignidade nos dias de hoje?

4) Como mulher, consigo “enxergar” a libertação e valorização operada por Jesus Cristo, proporcionando igualdade de valores? E a sociedade de nosso tempo valoriza esta ação de Jesus?

5) Como homem, aceito esta situação de igualdade? Contribuo para que a mulher seja valorizada e não discriminada?

6) Como o MFC pode contribuir para incrementar a igualdade entre homem e mulher? Sugerir duas situações concretas.

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