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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dois apostolados: o trabalho e o catolicismo

Catedral de Maringá, Paraná.
Luiz de Carvalho
http://www.odiario.com
O pioneiro Jair Galina, escrevente e tabelião substituto do Tabelionato Mello Pacheco, em Maringá, Paraná, sempre diz que encara o trabalho como um “apostolado”. Quem entra na sala onde ele trabalha, de cara entende que, além desse, ele tem outro apostolado. Sobre a mesa e nas estantes repousam publicações sobre religião, família e uma Bíblia. Basta uma pergunta para que Galina desande a falar sobre a vida de católico praticante desde a meninice.

As pessoas que participam dos movimentos da Igreja Católica em Maringá (PR) testemunham o trabalho de Jair Galina e da esposa, Vera Lúcia, no Movimento Familiar Cristão (MFC), que atua na evangelização da família. Jair e Vera atuam no MFC desde 1975 e, de lá para cá, coordenaram o movimento na esfera da Arquidiocese de Maringá por três gestões. Galina conta que a entrada para um movimento católico foi apenas mais um passo da militância na igreja. Desde menino, ele está envolvido com a religião.

Logo depois que a família chegou a Maringá, vinda da cidade paulista de Balbinos, em 1958, ele passou a participar dos chamados grupos de jovens na Paróquia de Santo Antônio, que na época era uma pequena igreja numa vila praticamente se iniciando. Foi coroinha, participou da Cruzada Eucarística e foi membro do Gaali (Grupo Autêntico Alicerce). Hoje, com 65 anos, ele diz que o mundo estaria bem diferente e que ele estaria mais confiante em um bom futuro se houvesse uma ligação maior da juventude com a igreja.

O outro apostolado de Galina começou em 1966, quando foi admitido como funcionário do Cartório Geraldo Leandro (1º Tabelionato). De lá para cá, já são 41 anos. Neste tempo, o cartório passou de Leandro para Sílvio Name, depois para Mello Pacheco e, hoje, tem como 1º tabelião Mello Pacheco Filho. Galina chegou a escrevente juramentado e tabelião substituto e se aposentou por tempo de trabalho, mas continuou na mesma função, respondendo pela parte prática e jurídica do cartório. Foi também no cartório que ele, no começo dos anos 70, conheceu a garota Vera Lúcia, com quem acabou se casando. Teve duas filhas: Karen e Danielly. Uma é farmacêutica e outra, fonoaudióloga.

“Com tantos anos de trabalho numa mesma função, o cartório passa a ocupar um lugar de destaque na vida da gente, passa a exigir certo compromisso, uma postura ética”, diz o escrevente, que apesar de trabalhar em um cartório de protesto, não perdeu amigos por isso. “Ao contrário, fiz muitos amigos devido ao meu trabalho. Apenas duas vezes, nesses mais de 40 anos, tivemos problemas com pessoas que se desesperaram ao ver seus nomes irem para o protesto. Uma vez um homem esbravejou, dizendo que ia à Casa Gaúcha comprar um revólver para matar o escrevente. Mas ninguém se preocupou com a ameaça e, poucos dias depois, ele voltou bem mais calmo. Numa outra ocasião, um homem chegou armado, falou impropérios. Mas, também neste caso, conseguimos contornar a situação”.

É compreensível que algumas pessoas percam o controle diante de um protesto, mas logo elas entendem que o cartório não é o culpado disso, esclarece. Pessoas também já chegaram a oferecer propina para evitar as complicações de um protesto, mas altos funcionários dos cartórios têm fé pública e um deslize pode acabar com a carreira.

A vida profissional e o trabalho nos movimentos sociais da Igreja Católica ainda deixam tempo para que Galina se reúna com amigos antigos, para relembrar as aventuras da meninice, em uma Maringá de muita lama e poeira, porém gostosa de se viver.

Ele começou a trabalhar cedo, aos 10 anos, e até chegar ao cartório, fez de tudo um pouco. Foi catador de café, contínuo (que hoje é chamado de office boy), embrulhou muita bala numa fábrica de doces, ensacou pipoca, vendeu jornais nas ruas, foi cobrador e auxiliar de escritório. “Trabalhar muito jovem, o que era normal naquela época, oferecia ocupação para os garotos e ensinava a valorização do trabalho, o respeito aos companheiros, valores que são muito importantes na formação do adulto”. Concluiu Jair Galina.

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