Jorge La Rosa - MFC/RS |
Jorge La Rosa
Professor universitário, Doutor
em Psicologia e Membro do MFC/RS
O
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amor é sentimento complexo, objeto da ciência,
além de ser estudado pela filosofia e teologia. Na perspectiva cristã, o amor é
mensagem central, princípio da moralidade e destino último do ser humano,
conforme ensina João na primeira carta (4,8).
Jesus, o Mestre, disse que não há prova maior de amor do que dar a vida pelos
amigos – o que ele fez ao longo de sua vida e na hora derradeira. São Paulo, na
primeira carta aos coríntios, capítulo 13 - em uma das mais belas páginas da
Bíblia - escreve sobre o amor, suas características, relações com a fé e a
esperança, e sobre sua duração perene. Página sempre revisitada pelos cristãos!
Os
filósofos também têm escrito sobre o amor. Martin Buber, para citar apenas um,
tem-nos dado lições magníficas sobre a relação Eu-Tu, o amor que permeia essa
relação e sua explicitação no diálogo.
A PROCURA DO PAR
Para
a ciência, homens e mulheres buscam as mesmas características em um parceiro:
bondade, inteligência, bom humor e saúde, de acordo com pesquisa internacional
realizada com 9.474 pessoas em 33 países (Journal
of Cross-Cultural Psychology). Outra dica: procure pessoa semelhante a
você, já que conforme pesquisa da Universidade de Iowa (Estados Unidos), casais com personalidades parecidas estão mais
satisfeitas em seus relacionamentos. No estudo, os pesquisadores pediram a 291
casais que respondessem a questionários e participassem de interações filmadas,
observando duas variáveis: satisfação matrimonial e semelhanças entre
parceiros. Os resultados evidenciaram que a semelhança no que concerne a
atitudes é fator importantíssimo para a qualidade da relação.
SEXO
Quem
tem relações sexuais com quem acabou de conhecer fica malvisto, tanto faz se se
trata de homem ou mulher, conforme pesquisa realizada pela Universidade Texas
Tech (Estados Unidos), publicada na
revista “Personal Relationships”, que entrevistou 296 universitários de ambos
os sexos e que responderam a questionários sobre comportamento sexual de homens
e mulheres. Por outro lado, homens e mulheres que tiveram sua primeira relação
sexual após firmar um compromisso, foram considerados mais apaixonados e
companheiros, ou seja, desejáveis para namoro ou casamento. Outro estudo,
publicado no mesmo periódico, mostra que homens têm 40% mais chance de se
envolverem em sexo casual, e que 33% dos homens já tinham se envolvido nessa
modalidade, enquanto 16% das mulheres também. Ter tido experiência de sexo
casual, ou estar bêbado, aumenta as chances de que o fato volte a ocorrer.
(Observação: aqui
foram narrados resultados de pesquisas, não foi feito juízo moral sobre os
comportamentos).
DISCUSSÕES
As
discussões são inevitáveis em um relacionamento, e a forma como elas ocorrem
diz muito sobre a qualidade do convívio. As agressões e as acusações, de modo
geral, prejudicam. É melhor abrir portas para o diálogo que escancarar as que
produzem conflito e brigas que desgastam a relação e podem deixar feridas de
difícil cicatrização. Ao invés de agredir verbalmente e acusar, quando se
sentir injuriado, dê chance ao outro de explicar porque agiu de determinada
maneira ou fez certa afirmação – o que poderá ajudá-lo a avaliar o próprio
comportamento e, se for o caso, reformular-se e pedir desculpas ou perdão. É a
reconciliação. Identificar-se com o agressor, agredindo (Freud), envolver-se em bate-boca interminável, não conduz à
resolução de impasses, mas leva a possíveis tempestades domésticas, com fim, às
vezes, imprevisível e infeliz.
FAZER O AMOR DURAR
Um
dos desafios do casamento é fazer o amor durar. John M. Gottman, PhD, professor
emérito da Universidade de Washington, depois de acompanhar casais por anos a
fio, e de ter criado o Laboratório do Amor na referida instituição, criou uma
fórmula de êxito para casamentos: a taxa 5x1. Significa: para cada aspecto
negativo que você encontrar no parceiro, deve encontrar cinco positivos, ou,
para a memória de um fato negativo, relembrar cinco positivos. Trata-se de
exercício e tarefa para quem pretende dar estabilidade ao relacionamento.
Assim,
queixas sobre defeitos do parceiro e declaração de desprezo, são exemplos de
comportamentos nocivos, enquanto capacidade para resolver conflitos e cultivar
memórias positivas mantém a satisfação no relacionamento.
A
proposta de Gottman lembra a teoria custo-benefício. Quando os custos são
maiores que os benefícios, a relação tende ao rompimento; quando os benefícios
são maiores, tende à estabilidade. O êxito no relacionamento depende de eu não
ser um fardo para o outro e, principalmente, de lhe proporcionar muitas alegrias
e satisfações. Se cada um pensar e agir assim, o relacionamento tem futuro.
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