JESUS VERDADEIRO HOMEM (III)
HELIO AMORIM – MFC/RJ
As críticas mais severas de
Jesus dirigem-se para os fariseus e os sacerdotes que detêm o poder religioso. São
"sepulcros caiados", cumpridores das leis mas distantes das práticas
que humanizam. O samaritano não crente é mais compassivo diante de situações de
desumanização, do que levitas e sacerdotes, que deixam o ferido sem ajuda, pela
pressa de cumprir suas funções religiosas.
A
|
humanização é apresentada por
Jesus como o único referencial para
avaliar os méritos ou culpas de cada um de nós diante de Deus: "Tive fome, tu me deste de comer, tive
sede...estava nu, preso..." ou seja, o mérito vem das ações
humanizadoras, aquelas que elevam os homens de condições menos humanas para
condições mais humanas de vida. Nessa avaliação não figuram práticas
religiosas, cumprimento de leis ou discursos. Só as práticas de humanização.
É o que Jesus faz no seu cotidiano, curando, alimentando, animando,
encorajando, superando discriminações, tocando os doentes intocáveis, tratando
como pessoas de igual dignidade aqueles considerados pecadores, excluídos da
sociedade porque a sua miséria ou doença teria sido consequência dos seus
pecados ou descumprimento da lei.
Jesus desenvolve todas as suas potencialidades humanas, vive a sua
vocação e age segundo o seu carisma, anunciando o Reino de Deus. O Reino se faz presente na história humana,
sempre que acontece a humanização, ou seja, quando se concretizam relações
humanas e estruturas sociais fundadas nos princípios da justiça e do amor.
Esse impulso humanizador é plenamente realizado por Jesus, que cria
condições objetivas para que outros homens e mulheres igualmente rompam os
obstáculos à sua própria realização pessoal. Os pobres, oprimidos, excluídos da
sociedade do seu tempo, recebem esse anúncio como uma boa notícia. Por isso,
Jesus manda dizer a João que o evangelho, que significa boa notícia, é anunciado aos pobres.
É verdade. Para os ricos, os opressores, os privilegiados da ordem
social injusta vigente, o anúncio do Reino, já presente aqui e agora, não é uma
boa notícia, não é evangelho. O anúncio de um modelo diferente de sociedade é
ameaça de subversão dessa ordem estabelecida que lhes assegura tantas
vantagens. É uma péssima notícia.
Dotado dos mesmos impulsos humanizadores de sobrevivência, de amor à
vida, de socialização, de convivência humana e de autotranscendência, Jesus
vive no mundo como qualquer mortal.
O impulso de autotranscendência, fortemente presente em cada um de nós,
em Jesus, se expressa por uma intimidade inigualável com Deus Pai, com quem
dialoga com frequência, no seu dia-a-dia e quando se retira para orar. Vemos
que Jesus costuma ir ao templo para
ensinar, mas se retira para o campo ou montanha para rezar. Esta
prática é muito sugestiva para seus seguidores.
Mesmo para ele, permaneceu oculta a sua natureza divina até a sua morte cruel e dolorosa na cruz.
Não podemos confundir: Jesus é homem verdadeiro, plenamente humanizado,
conforme afirmado no Concílio de Calcedônia. Não é um ser divino disfarçado em
ser humano. Assim pode ser modelo de humanização para os homens e mulheres de
todos os tempos.
OS “ANOS DE CHUMBO”
E A COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE (VII)
R
|
ecebemos de Jorge Atílio Silva Iulianelli,
membro de GT da Comissão Nacional da Verdade que tratará do levantamento de
ocorrências no campo das Igrejas, o seguinte pedido:
Como é do conhecimento de quase todos vocês, a
Comissão Nacional da Verdade (CNV), estabeleceu entre os seus Grupos de
Trabalho um que cuida do espinhoso capítulo das relações entre as igrejas
cristãs e a ditadura civil-militar. (...)
O GT é ecumênico, stricto sensu, e a CNV tem
que apresentar seu relatório no início de 2014. Até este momento, por parte do
GT, houve uma reunião ampliada, na qual se perfilou o objetivo da prospecção:
fazer um levantamento das ações das igrejas como promotoras de direito quanto
aquelas de cooperação com o regime que reverberaram em violações de direitos.
(...)
O grande desafio é fazer esse levantamento, o
mais relevante possível, com uma cobertura o mais nacional possível, e que
reflita essa reconstrução da memória nacional, em busca da verdade, do
arrependimento e do perdão. Queremos identificar aquelas pessoas, que a partir
da fé, promoveram a justiça, e, também aquelas e aqueles, que em nome da fé, se
opuseram à justiça e reificaram a violência e opressão, legitimando, apoiando e
até delatando irmãs e irmãos. Tarefa nada fácil, e bastante dolorosa. (...)
Neste momento, me dirijo a vocês para
solicitar apoio a essa pesquisa. Solicito a vocês que indiquem, se possível,
fontes, além de outros nomes de pessoas.
FRASES DE MARTIN LUTHER KING
- É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
- É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o
final.
- Eu prefiro na chuva caminhar que em dias frios em casa me esconder.
- Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.
- No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas o
silêncio dos nossos amigos.
- Se um homem não descobriu nada pelo qual morreria, não está pronto para
viver.
- Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no
coração e sorriso nos lábios.
- O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova
partida, para um reinício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário