SAGRADA FAMÍLIA:
JESUS, MARIA, JOSÉ
“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!”
A família
Jesus, Maria e José é modelo para cada família cristã. Unida pelo Sacramento do
Matrimônio e alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, a família que vive sua
fé procura levar até o fim a vocação de ser célula viva, não só da sociedade,
mas da própria Igreja, que é sinal e instrumento de unidade. A partir da
Sagrada Família possamos meditar sobre o significado profundo da manifestação
do Filho de Deus em nosso meio, na simplicidade de uma criança.
LITURGIA DA PALAVRA
1ª Leitura: Eclo
3,3-7.14-17a
Salmo
Responsório: 127
2ª Leitura: Cl
3,12-21
Evangelho: Lc
2,41-52
EVANGELHO
LUCAS 2,41-52
41Os
pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa.
42Quando
ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume.
43Passados
os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em
Jerusalém, sem que seus pais o notassem.
44Pensando
que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a
procurá-lo entre os parentes e conhecidos.
45Não
o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura.
46Três
dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres,
escutando e fazendo perguntas.
47Todos
os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas
respostas.
48Ao
vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse:
— “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu
pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.
49Jesus
respondeu:
— “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na
casa de meu Pai?”.
50Eles,
porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera.
51Jesus
desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.
Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
52E
Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos
homens.
— Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Padre Luiz
Carlos de Oliveira
Missionário
Redentorista da Província de São Paulo
Jesus, como bom israelita, começa aos 12 anos, idade da
maturidade para o povo judeu, a cumprir seu dever de prestar culto a Deus em
Jerusalém. Jesus assume seu lugar de culto ao Pai no povo de Deus. Tomando
consciência da presença do Invisível no templo visível, desenvolve em si o
conhecimento de sua Pessoa como um templo maior: “Aqui está algo maior que o
templo” (Mt 12,6). Lemos que Jesus não volta com a comitiva de peregrinos com
seus amigos adolescentes como Ele. José e Maria O procuram. Encontram-no no
templo três dias depois. Ele está sentado entre os doutores como discípulo e ao
mesmo tempo como mestre, pois eles O ouviam e O interrogavam (Lc 2,46). Todos
ficavam admirados de sua compreensão da lei. Sua doutrina não era Dele, mas
Daquele que o enviara, por isso tinha conhecimento da Lei (Lc 2,47). Maria
pergunta “por que agiste assim conosco?”, pois não era seu costume. A resposta
de Jesus é uma resposta que é dada à comunidade que tinha dificuldade em
aceitar sua divindade. Podemos entender este texto como um discernimento claro
sobre a pessoa de Jesus que é Homem e Deus. Jesus não é só de uma família
humana, mas também não é só da família divina. No final do texto notamos o
aspecto de família humana de Jesus. Como Filho obediente do Pai, obedece também
à família humana: “E lhes era obediente”. As palavras finais do Evangelho da
Infância de Jesus nos contam como serão os outros 20 anos de silencio sobre Sua
pessoa e atividade: “Jesus crescia em sabedoria estatura e graça, diante de
Deus e diante dos homens” (52). Este texto nos conduz a compreender quem era
Jesus. Ele cresceu em todas as dimensões como homem unido ao Pai e na graça de
seu relacionamento com Ele.
A festa da Sagrada Família não é uma lembrança de uma
família. A Família de Nazaré é uma síntese do projeto de Deus. Na família
humana se concentra tudo o que Jesus pregou no evangelho. Ela é um retrato do
Céu e é o melhor modo de conhecer como é Deus. E uma revelação da Palavra
anunciada. É a continuação da presença de Jesus que foi família. É a primeira
célula da Igreja. Se as famílias têm problemas é porque participam dos
sofrimentos do Cristo. A felicidade não vem porque tudo está bem. Isso é
felicidade pagã. Mas é feliz quando continua o lava-pés que Jesus realizou na humildade
e até o sofrido serviço. O Menino Jesus no Templo transformou-se numa
proclamação de seu Ser divino e humano. O amor na Família de Nazaré é exemplo
máximo da sexualidade porque se ama em Jesus, mesmo sem os santos prazeres que
a carne oferece.
Há um modo de ser do cristão que Deus não dispensa. A carta
aos Colossenses nos explica como a família cristã deve viver em seus
relacionamentos. A síntese é o amor em suas muitas facetas. O livro do
Eclesiástico nos traz um aspecto que passa esquecido: a oração está intimamente
ligada ao modo como tratamos nossos pais, sobretudo na idade avançada. A honra
aos pais, o respeito à mãe e o prêmio a quem cuida bem dos idosos estão
intimamente ligados ao sermos ouvidos em nossa oração e ao perdão dos pecados.
O 4º mandamento é o único que tem uma promessa: “Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra”
(Ex 20,12). Jesus nos dá um belo exemplo de amor aos pais. Mesmo tendo sua
Família Divina põe em realce sua família humana. É um exemplo.
ORAÇÃO
Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como
exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes, para que, unidos
pelos laços do amor, possamos chegar uma dia às alegrias da vossa casa. Amém!
Editado por MFC ALAGOAS
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