DIVULGUE OS EVENTOS DO MFC DE SUA CIDADE – ENVIE UMA MENSAGEM PARA: mfcnoticias@gmail.com

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CORREIO MFC BRASIL Nº 311



“ECONOMIA DA SALVAÇÃO” EM CRISE
Guilherme C. Delgado

Guilherme C. Delgado
Pautado a falar sobre temas de economia, política econômica, economia política para a Rede neste mês, encontrei uma maneira de falar da crise eclesial desencadeada pela renúncia do Papa Bento XVI, que não se insere em qualquer domínio convencional da economia, mas no conceito de “economia da salvação” ou “economia da Revelação”.

E
sclareço preventivamente que a economia da salvação, no sentido teológico das ações palavras e obras comunicadas por Deus à humanidade, não está em crise, mas sim as estruturas humanas encarregadas da transmissão da palavra divina.

A renúncia do Papa, seguida das reflexões por ocasião da homilia que pronunciou na quarta-feira de cinzas, põe a nu um problema que o próprio Papa renunciante havia interditado à discussão pública, quando ainda Cardeal da Congregação para Doutrina da Fé, puniu Leonardo Boff, que havia levantado corajosamente o problema do exercício do poder legítimo na Igreja em eu livro “Igreja, Carisma e Poder”. Ironicamente agora a sucessão do Papa se dá num ambiente de crise aguda do exercício de um poder absoluto, formalmente de um Estado-Igreja, monarquia absoluta de direito divino.

O Concílio Vaticano II criou ou ratificou algumas instâncias de ‘democratização’ do poder eclesial – o Sínodo dos Bispos, as Conferências Episcopais nacionais e regionais e toda uma cultura de colegialidade e descentralização. Mas os dois últimos papados, especialmente o de Bento XVI, realizaram na prática um retrocesso à ordem antiga da ultra centralização romana. E tal movimento não se justificou em nome das reformas da Igreja, mas ao contrário para não fazê-las. E contraditoriamente o líder intelectual dessa restauração é a grande vítima das engrenagens de poder que ajudou a criar.

Todas essas questões são conhecidas de longa data pelos católicos medianamente informados, especialmente por suas hierarquias. Mas são literalmente interditadas ao debate público. É preciso que ocorra uma renúncia papal, seguida de denúncia tácita das ‘divisões internas’ e da ‘hipocrisia religiosa’ para que voltemos ao tema do poder religioso, por ocasião da sucessão do Papa.

Por distração ou desinformação, a mídia começou a tratar do tema da sucessão, de maneira convencional, tentando adivinhar quem será o novo Papa, de que Continente, de que tendência eclesial etc. Mas este é um debate limitado. Não vai ao cerne da questão. O que está em causa é a ultra centralização do poder religioso e o seu desvio da função carismática essencial, induzido pelas tentações de todo poder absoluto.

Os Estados modernos resolveram o problema do absolutismo, de diversas maneiras, mas convergindo para o sistema democrático constitucional, a separação de poderes, os princípios republicanos e a soberania popular substituindo o soberano príncipe, de direito divino. A Igreja, na sua estrutura interna, desdenha dos princípios da democracia e da república. Ainda que se defina no Concílio Vaticano II a Igreja como povo de Deus, não há qualquer interesse em afirmar a cidadania religiosa desse povo, especialmente da maioria esmagadora dos leigos.

Não se pode evidentemente transpor estruturas de poder do mundo civil para o religioso, porque são distintas suas missões. Mas há um adágio popular muito rico em sabedoria – “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente’, que é válido também para o poder religioso. E corromper aqui significa deixar-se dominar pelas tentações do ‘Príncipe”, abandonando na prática o testemunho de Jesus Cristo. Tentações estas nada abstratas, pelo que se deduz da fala de Bento de XVI na quarta-feira de cinzas.

O lado bom da situação atual é podermos tratar dessas questões publicamente, sem medo de interdições. Pena que nossa imprensa religiosa não discuta mais profundamente as questões internas da Igreja. Os problemas que Bento XVI levantou não vão se resolver por atos de fala da autoridade religiosa. E nós todos, partícipes deste Povo de Deus, temos direito e dever de participar dessa economia da salvação em pleno Século XXI, na condição de cidadãos fiéis que precisamos também ajudar a superar a crise de poder da Igreja, porque dificilmente a cúpula do poder religioso o fará por iniciativa própria.
 
Guilherme C. Delgado é economista, articulista do Boletim REDE e pesquisador do IPEA.

CIÊNCIA E FÉ

T
odos conhecemos as perseguições, condenações e mortes que marcaram o embate entre religião e ciência, ao longo da história, sempre que surgiam divergências entre descobertas científicas e interpretações religiosas de textos bíblicos, especialmente as dos relatos sobre a Criação.

Galileu foi julgado por afirmar que a Terra não era o centro do Universo, e os astros simples adornos instalados na abóboda celeste. Para não ser condenado à morte ou prisão, preferiu proclamar publicamente o seu "erro" e viver em paz mais alguns anos.

A Igreja que o condenaria severamente, em defesa da fé, reconheceu o equívoco de suas ações repressivas contra os avanços científicos, na singela cerimônia em que o Papa João Paulo II anunciou a "reabilitação" de Galileu, revogando a sentença secularmente discutida.

Mais tarde, todo o poder de fogo eclesiástico foi dirigido contra Darwin e suas teorias evolucionistas. Suas obras foram incluídas no Index dos livros que os cristãos estavam proibidos de ler, sob pena de excomunhão. Com os avanços inexoráveis das ciências, as reações se esvaziaram, depois de terem produzido alguns estragos perfeitamente evitáveis.

Foi, portanto, com a ajuda das ciências que se tornou possível entender a Bíblia, não como um livro histórico e científico. É, na verdade, uma obra catequética, que nos apresenta Deus e o seu projeto de humanização, através de imagens compreensíveis pelos homens e mulheres das épocas e culturas em que foram escritos os relatos e discursos que a compõem. 

Permanecem vivas, entretanto inúmeras afirmações doutrinárias que não se rendem aos avanços da ciência, levando muitos cristãos a se afastarem da fé, com perdas para a credibilidade da Igreja: as questões que incomodam vão da resistência inútil ao planejamento familiar com o uso de medicamentos, amplamente praticado;, ao celibato forçado dos padres; ao novo casamento dos divorciados e à proibição de acesso de mulheres ao corpo do clero católico. Futuramente essas normas e disciplinas serão progressivamente revogadas e ouvidos novos pedidos de perdão aos que foram prejudicados por esses equívocos.

SABEDORIA
Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida. Sêneca
Não penses mal dos que procedem mal; pensa somente que estão equivocados. Sócrates
Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro... Confúcio

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

QUARESMA: TEMPO DE RENOVAR A VIDA CRISTÃ


QUARESMA:
TEMPO DE RENOVAR A VIDA CRISTÃ

Dom Orani João Tempesta
Dom Orani João Tempesta
Arquidiocese do Rio de Janeiro

I
niciamos nossa caminhada para a Páscoa! Refazemos o caminho do Êxodo em 40 dias de jejum, esmola, oração, penitência. Queremos renovar nossa vida cristã passando novamente pelo mar vermelho das promessas batismais e da nossa unidade com o Deus da aliança, tornando presente o acontecimento do Monte Sinai.

É um tempo especial para nós, católicos, quando a liturgia, sóbria e simples, nos enfoca o essencial de nossa vida cristã e nos conduz para uma sincera abertura para a graça de Deus, chamando-nos à conversão visibilizada no sacramento da Penitência. As celebrações penitenciais que se multiplicam pela Arquidiocese são para nós a oportunidade que devemos aproveitar e acolher como um grande dom de Deus para a experiência de Sua misericórdia e renovação de nossas vidas.

A Igreja nos convida a viver o tempo da Quaresma! Infelizmente, a sociedade, com sua realidade plural, não se importa com este tempo, muito mais preocupada está com os resultados dos desfiles carnavalescos e a procura de vender mais chocolates por ocasião da Páscoa. Todos os anos, ao início deste tempo, somos convidados ao jejum e à abstinência de carne.  Assim, já na Quarta-feira de Cinzas surge em meio aos cristãos acostumados às muitas celebrações a pergunta: “qual o significado da Quaresma?”

Para responder a essa questão, devemos olhar para o nosso dia-a-dia e perceber que todas as vezes que as pessoas estão diante de algo importante para suas vidas lançam-se freneticamente numa preparação para conseguir o objetivo desejado. Jovens enfrentam os muitos “cursinhos” para passar no vestibular; outros se empenham nas aulas de direção para conseguir a tão sonhada carteira de motorista. Aprender nova língua para conseguir um bom emprego; Esmerar-se nos estudos para conseguir a vaga em entidades públicas ou uma grande empresa. Ou seja, para algo especial, preparação radical

A Páscoa é a celebração máxima da vida do Cristianismo, expressão mais profunda do nosso relacionamento com Deus; por isso, a Igreja como “Mãe e Mestra” nos convida a uma preparação especial de quarenta dias – o tempo da Quaresma. Aqui no Brasil, somos questionados a cada ano diante de assuntos importantes para a vida cristã e para a nossa sociedade. Neste ano é sobre a juventude. É óbvio que no ano em que o Brasil recebe aqui no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude, o tema também fosse o mesmo aprofundado do lado social e dos compromissos do protagonismo juvenil na transformação da sociedade.

Neste tempo propício de oração, jejum e caridade, devemos rever nossas atitudes diante de Deus, do próximo e de nós mesmos. É um convite à oportunidade de estar plena e conscientemente diante de Deus, para receber d’Ele a vida nova, trazida na Páscoa.

O espaço de tempo de quarenta dias tem sua fundamentação na Sagrada Escritura. Os números têm um simbolismo muito grande nos dois Testamentos. Vemos a duração da Quaresma baseada no símbolo deste número na Bíblia. Quarenta dias e quarenta noites é o tempo de duração do dilúvio (Gen. 7,12), aqui Deus dá uma nova oportunidade de vida e regeneração aos que se salvaram seguindo os seus mandamentos; Quarenta anos foi o tempo da peregrinação do povo judeu pelo deserto (Dt 1-3), errante, sofrido e ao mesmo tempo pleno de esperança, marca definitiva de todo cristão. Quarenta dias Moisés e Elias estiveram na montanha (Ex. 24,18) e ainda quarenta dias que Jesus passou no deserto (Lc 4,2) antes de começar a sua vida pública, fazendo jejum e ali sendo tentado por Satanás. Aliás, esse é o episódio que abre a Quaresma no primeiro domingo, cada ano em uma das versões dos evangelhos sinóticos.

Percebemos na história bíblica o tempo de quarenta dias para uma preparação de algo que viria logo a seguir, sendo considerado como muito importante. Somos ajudados também pelos acontecimentos do mundo atual, quando vemos ao redor a violência, o egoísmo, a intolerância, o relativismo, a manipulação do ser humano como “coisa”, a desunião da família e a contestação dos valores da vida e do ser humano colocados diante de nós a cada instante pelas várias circunstâncias culturais e sociais. Por outro lado, temos exemplos belíssimos de sinais de desapego, de amor ao próximo, de serviço à Igreja, como nos deu o nosso beatíssimo padre o Papa Bento XVI, que marcou a conclusão de seu pontificado para o próximo dia 28 de fevereiro, demonstrando a grandeza de seu espírito. Ele continuará servindo à Igreja e à humanidade com uma vida de oração e silêncio no Mosteiro situado no Vaticano.

Com todo o sentido espiritual, litúrgico, social, cultural e dos acontecimentos atuais, a Quaresma deste ano nos traz, portanto, a oportunidade magnífica de mudança. Mudança de rumo, de perspectivasenfim, de vida. Se todos os anos esse apelo é marcante, este ano muito mais: agora é o tempo favorável que temos para empreender ainda mais como cristãos o nosso empenho nessa abertura à ação da graça, vivenciando a beleza da escolha que o Senhor fez de cada um de nós para sermos seu povo e seu rebanho.

O seu significado mais profundo vai depender de cada coração. Como estamos acolhendo este tempo penitencial? Tem ele nos trazido novas moções do Espírito? E nós as temos aceitado? Como se trata de um tempo penitencial, ainda caberia uma pergunta ao nosso coração. Minha consciência aprova tudo o que faço, ou às vezes deixo de fazer, correndo o risco de omitir-me diante da verdade?

É o tempo da oportunidade que Deus mais uma vez se dispõe a nos presentear para estarmos na sua presença. Que as atitudes externas deste tempo correspondam a um coração contrito e arrependido, que busca configurar-se a Cristo em suas atitudes concretas no relacionamento com Deus e com os irmãos. É a proposta anual da Igreja que chama seus filhos a viverem com coerência a vida segundo o Evangelho no seguimento de Cristo hoje.

O período quaresmal, em que a Liturgia da Igreja apresenta à nossa reflexão os grandes mistérios da salvação, seja vivido por nós todos em atitude de penitência e de sacrifício, para nos prepararmos dignamente para o encontro pascal com Cristo. Vivei sempre animados pelo ideal altíssimo proclamado por Jesus: O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos (Jo 15, 12-13).

Portanto, a Quaresma vai significar para cada coração que crê a grande oportunidade da sua vida. Estar na presença de Deus e d’Ele receber vida, e vida em abundância (Jo 10,10).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

COORDENAÇÃO DO ECCi-RIO GRANDE-RS SE REÚNE COM EQUIPE 2013/2015

Reunião com secretaria de comunicação
e motivadores do Vida Nova


O
 casal coordenador do Movimento Familiar Cristão do Rio Grande – Rio Grande do Sul, Paulo e Maria Regina, estão se reunindo desde o inicio de 2013 com assessores, secretaria e demais membros que estarão compondo a Gestão 2013/2015.

No último sábado, 23 de fevereiro, às 16 horas, se reuniram com os responsáveis pela comunicação do MFC, Fátima Balenti, que também é secretária, e Norma Quadrado, quando ficou definido que Fátima Balenti ficará responsável pela comunicação com os membros do MFC e Norma Quadrado será a pessoa responsável pela comunicação na mídia e Informativo Aliança.

Ainda no sábado (23), às 17 horas, Paulo e Maria Regina reuniram-se com os casais motivadores do Vida Nova, Fabiano e Carla, William e Tássia.

A principal finalidade destas reuniões é a integração da Equipe para desenvolverem um trabalho dentro da metodologia e carisma do Movimento Familiar Cristão.

Com informações de Norma Quadrado
MFC Rio Grande - RS

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

MFC PARTICIPA DO SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CNLB


     
A
 coordenação nacional do MFC - Movimento Familiar Cristão participou nos dias 23 e 24 de fevereiro, na casa Salvatoriana - em São Paulo, do Seminário de Avaliação do CNLB, acompanhada e assessorada pelos professores da PUCC, João Décio e Wagner Sanchez e coordenada por Geraldo Aguiar em um primeiro momento e em seguida por Edson Silva.

O representante do setor Leigos da CNBB, Geraldo Aguiar, que abriu o evento, explanou sobre o nascimento do organismo. “Em 1972 houve um primeiro encontro com leigos a nível nacional, onde grupos e associações que existiam na época discutiram como fazer acontecer este organismo, e como dialogar com a CNBB, e que após vários encontros, enfim em 1976 tornou-se realidade e teve seu estatuto civil aprovado um ano após o III Encontro nacional dos movimentos leigos, denominado inicialmente de CNL”, conta Aguiar.

As pautas do seminário trouxeram um pouco do trabalho atual do Conselho, assim como um perfil histórico e também estratégias importantes a serem discutidas tendo em vista a Assembleia da CNBB sobre o tema LEIGOS para 2014.

“Avaliar o processo histórico do CNLB, assim como os leigos em si, tanto politicamente quanto financeiramente, enfim, é de suma importância para que possamos traçar sempre mudanças necessárias no organismo” disse Laudelino Augusto, Presidente do CNLB.

Estiveram presentes os representantes das comissões de Formação, Fé e Política, Comunicação e Presidentes dos Regionais, organizações filiadas e a honrada presença do Bispo Referencial do CNLB Sul 1 Dom Milton Kenan Jr.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

LITURGIA DO 2º DOMINGO DA QUARESMA - 24/02/2013




2º DOMINGO DA QUARESMA


PRIMEIRA LEITURA (Gn 15,5-12.17-18)

Leitura do Livro do Gênesis:
Naqueles dias, 5o Senhor conduziu Abrão para fora e disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”.

6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: “Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar em possessão esta terra”.

8Abrão lhe perguntou: “Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?” 9E o Senhor lhe disse: “Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha”.

10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra.

11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou. 12Quando o sol já ia se pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror.

17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos.

18Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: “Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates”.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 26)

- Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,/ meu coração fala convosco confiante!
 — O Senhor é minha luz e salvação;/ de quem eu terei medo?/ O Senhor é a proteção da minha vida;/ perante quem eu tremerei?
— Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,/ atendei por compaixão!/ Meu coração fala convosco confiante,/ é vossa face que eu procuro.
— Não afasteis em vossa ira o vosso servo,/ sois vós o meu auxílio!/ Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,/ meu Deus e Salvador!
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver/ na terra dos viventes./ Espera no Senhor e tem coragem,/ espera no Senhor!

SEGUNDA LEITURA (Fl 3,17-4,1)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:
17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos.

18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas.

20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas.

4,1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Lc 9,28b-36)

Naquele tempo, 28bJesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante.

30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.

32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.

33E, quando estes dois homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.

34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.

35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”

36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

REFLEXÃO
“Escutai o que Ele diz” - Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

TRANSFIGURAÇÃO E PÁSCOA
Em nossa caminhada rumo à Páscoa acompanhamos Jesus em seu deserto e em sua tentação, mas O seguimos também em sua glorificação. No primeiro domingo da Quaresma contemplamos Jesus que sofre a tentação e a vence. A Transfiguração mostra-nos a vitória que teremos. Ela faz ver aos discípulos que o sofrimento da Paixão e Morte é passagem para a glorificação da Ressurreição (prefácio). O escândalo da fragilidade é vencido pela certeza da divindade do Filho junto ao Pai. Esse momento no caminho de Jesus é uma orientação para a comunidade dos discípulos sobre a função da Lei e da Profecia, simbolizadas nas duas maiores personagens do Antigo Testamento: Moisés e Elias. Pedro reflete a mentalidade de muitos cristãos de continuarem no Antigo Testamento ao dizer, quando Elias e Moisés já estão se indo: “É bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro não sabia o que estava dizendo” (Lc 9,33). Está como a dizer: vamos continuar no Antigo Testamento e Jesus compõe com os dois maiores. Era uma tentação grande, sobretudo dos cristãos vindos do judaísmo. A resposta do Pai se faz ouvir: “Da nuvem saiu uma voz que dizia: ‘Este é meu Filho, o Escolhido’” (35). De agora em diante é Ele quem fala. Lucas nos trará esse pensamento mais claro quando diz: “A Lei e os Profetas vieram até João! Daí em diante, é anunciada a boa Nova do Reino de Deus e todos se esforçam por nele entrar, com violência” (Lc 16,16). Ao lado da gloriosa manifestação temos as palavras de Jesus anunciando o sofrimento que passaria na Paixão e Morte. Os discípulos não entenderam, mas ficaram calados. Pedro e os companheiros viveram um momento na glória de Cristo e gostaram, tanto assim que queriam permanecer naquele estado. Contudo, havia um caminho de Calvário a perfazer.

DEUS FEZ ALIANÇA
Deus fez aliança com Abraão, numa maravilhosa teofania (manifestação de Deus). Abrindo os animais ao meio e passando entre eles se põe na mesma situação se não cumprir o pacto com Deus. E Deus faz o mesmo comprometendo e celebrando o sacrifício. Na Quaresma deste ano refletimos, na primeira leitura as alianças de Deus com a humanidade. Em Abraão Deus continua seu desígnio, não correspondido por Adão. Essa aliança culminará em Cristo. Não mais uma terra, mas a vida eterna nos é dada em Cristo Ressuscitado. No seio de Abraão já palpita o Ressuscitado.

SEREMOS SEMELHANTES A ELE
A nossa transfiguração acontecerá a partir do momento em que ouvirmos a Palavra do Filho e a colocarmos em prática. Pedro e os outros discípulos percebem a presença da divindade. Nós caminhamos na presença de Deus. Por isso Paulo diz que “Somos cidadãos do céu... Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante a seu corpo glorioso” (Fl 3,20-21). Como a Quaresma tem também o caráter de preparação para o batismo ou renovação das disposições batismais, a transfiguração nos mostra o que realiza em nós esse sacramento. A espiritualidade cristã não é fazer muitos atos espirituais, mas acolher a Palavra de Jesus e assim nos transformarmos para viver mais intensamente a dimensão Divina que recebemos dos sacramentos, principalmente Batismo e Eucaristia. Por isso: “Continuai firmes no Senhor!” (Fl 4,1).

ORAÇÃO
                             
Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Amém!

Editado por Jorge – MFC ALAGOAS

sábado, 23 de fevereiro de 2013

QUARESMA - 40 DIAS DE JEJUM E PENITÊNCIA


Com informações da CNBB

C
hama-se “QUARESMA” os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias, em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.

Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo.

POR QUE A COR ROXA?

A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitênica e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.

Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas igrejas. Na nossa cultura, o roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a caminho do Calvário

QUAL O SIGNIFICADO DESTES 40 DIAS?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O JEJUM

A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.

Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.

O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE CAMPANHA DA FRATERNIDADE E A QUARESMA?

A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.

Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.

QUAIS SÃO OS RITUAIS E TRADIÇÕES ASSOCIADOS COM ESTE TEMPO?

As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da semana santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.

Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira Santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.

Depois, vem a missa da Sexta-feira da paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa, que celebra a morte do Senhor, às 15h00. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.

No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no Domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O 18º ENCONTRO NACIONAL DO MFC E AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS


O 18º ENCONTRO NACIONAL DO MFC E AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS

Eduardo Moraes
MFC Vitória da Conquista - Bahia

E
sse 18º ENA que acontecerá na cidade de Vitória da Conquista, de 06 a 12 de julho deste ano, “Famílias abram os olhos para os desafios do século XXI” e “Eu vim para que todos tenham vida em abundância” (Jo. 10,10), deve ter o compromisso em ser anunciador de boas novas, um divisor de águas na história Latino americano do MFC. Neste momento conjuntural, nossa responsabilidade com o presente e futuro do movimento deve extrapolar as banalidades. Deus Pai, Filho e Espírito Santo, nos convoca a sermos precursores e protagonistas, assim como fomos no Concílio Vaticano II. Enquanto movimento de igreja, nesse momento de grande expectativa, com a renúncia de Bento XVI e eleição do novo Papa, todos os cristãos católicos do mundo inteiro rezam por uma nova evangelização consolidando a igreja doméstica.

O sentimento de pertença de todo mfecista com o movimento, brota da identidade com Jesus Cristo e do seu evangelho. Nesse momento, aprofundar essa intimidade com a Família de Nazaré, é fazer acontecer a Igreja serva, ecumênica, doméstica, local e eclesial presente na comunidade e para a comunidade. Todo mfecista comprometido com o reino, deve ser possuidor dos conhecimentos e de todo o contexto histórico de como surgiu, para quê e quais os objetivos do MFC no mundo de hoje.

QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS:

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – comunhão?

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – Povo de Deus?

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – Sacramento Universal de Salvação?

v Estamos sendo sal e luz? Temos sido proféticos? E o nosso testemunho?

v Realmente estamos a serviço da Igreja e do mundo? Qual o nosso compromisso com a evangelização, revitalização e renovação dessa Igreja?

v Nossa fé tem sido madura e autêntica?

v O que é ser mfecista na Igreja e no mundo?

v O carisma do MFC ver, julgar e agir é precursor ao Concílio Vaticano II?

v Qual a principal tarefa do leigo na instituição e no mundo? Construir o reino de Deus aqui na terra agindo apenas nos efeitos sem confrontar a causa?

v Temos participado na sociedade e na Igreja, apoiando os sinais positivos, dando nossa contribuição enquanto leigos e leigas tendo como horizonte o Reino, lutando pela justiça, optando pelos mais pobres, vivendo o compromisso social e vendo a todos como irmãos, praticando a democracia e respeitando a diferença plural?

v O que estamos fazendo para acabar com o binómio hierarquia-laicato e começar a viver o binómio comunidade ministérios?

v O que temos feito para acabar com a passividade coletiva no movimento e a da própria Igreja?

v Conscientes da nossa responsabilidade e situados na realidade atual, temos que perceber melhor o nosso papel e a contribuição que queremos dar.

v Como conseguir viver a fé de uma maneira mais autêntica e mais adulta no interior do Movimento? E o quefazer para que ela se reflita de um modo mais significativo no nosso estilo de vida?

v Que tipo de relacionamento queremos privilegiar no seio da Igreja? Como estamos atentos à diversidade aí existente? Com quem procuramos dialogar?

v Que relacionamento desejamos ter com o Episcopado?

v Como queremos ver operacionalizadas formas democráticas no interior de uma Igreja que, antes de tudo, é Dom?

v Reconhecemos efetivamente que o ecumenismo é um dos principais desafios que se coloca à Igreja?

v Como estamos construindo a unidade nacional do MFC de Norte a Sul de Leste a Oeste em nosso país?

Nossa missão evangelizadora no mundo contemporâneo e complicado deve extrapolar a política da realidade social e econômica. Nossas ações também devem estar voltadas para o lazer, a cultura, a qualidade de vida, das ciências e das artes, da solidariedade internacional, pela democratização do acesso e uso dos meios de comunicação e ainda outras realidades, como seja o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento…

Precisamos levar para o interior da Igreja nossos questionamentos; ter claro um projeto de Igreja e de mundo, ter claro que nosso movimento é de Igreja e do mundo.