4º DOMINGO
DO TEMPO COMUM
TESTEMUNHAR
A VIDA NOVA TRANSFORMADA POR DEUS!
ACIMA DE
TUDO, O AMOR!
O
amor é a única força capaz de vencer as guerras, as violências e até mesmo a
morte. Quem ama, mesmo na perseguição, não desiste da missão, porque tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Jesus foi rejeitado por seu povo e,
apesar disso, prosseguiu seu caminho. O amor é a essência de Deus e o ideal
maior do relacionamento humano. Participemos da Eucaristia, dom do amor, para
sermos no mundo a presença do próprio Deus.
LITURGIA DA
PALAVRA
1ª
Leitura: Jr 1,4-5.17-19
Salmo
Responsório: 70
2ª
Leitura: 1Cor 12,31—13,13
Evangelho: Lc
4,21-30
EVANGELHO
Lucas 4,21-30
Naquele tempo, estando Jesus na
sinagoga, começou a dizer: 21“Hoje se cumpriu esta passagem da
Escritura que acabastes de ouvir”.
22Todos davam
testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que
saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém,
disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo.
Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em
Cafarnaum”.
24E acrescentou: “Em
verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.
25De fato, eu vos
digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses
e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a
nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na
Sidônia.
27E no tempo do
profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi
curado, mas sim Naamã, o sírio”.
28Quando ouviram
estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o
expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade
estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém,
passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
— Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Dom Henrique
Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe
Se procurarmos uma idéia que dê
unidade às leituras da Missa de hoje, encontraremos a fé. Comecemos pelo
Evangelho. Após ler o trecho do rolo de Isaías, “O Espírito do Senhor repousa
sobre mim, porque o Senhor me ungiu… para levar a Boa Nova aos pobres e
proclamar o Ano da graça do Senhor”, Jesus afirma, cheio de autoridade: “Hoje
se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. É uma afirmação
ousada. Somente quando o Messias viesse tal Escritura seria cumprida. Jesus,
portanto, apresenta-se como o Messias. E o encanto de seu ensinamento dá
testemunho de que ele é verdadeiro… Mas, infelizmente, crer não é fácil…
sobretudo quando Deus nos visita de modo humildade, corriqueiro, nas coisas
pequenas e banais. E, assim, os nazarenos se escandalizam com Jesus: “Não é
este o filho de José?” Como pode alguém nosso, alguém tão do nosso meio ser o
Messias? Como pode Deus se manifestar por este, que cresceu e viveu entre nós?
Santo de casa não faz milagre! Gostamos do excepcional, da novidade, do
exótico! O quanto é necessário sermos abertos para discernir a Palavra e o
apelo do Senhor naqueles que nos são enviados e convivem conosco! O quanto
precisamos aprender que Deus não é somente Deus de longe, mas também Deus de
perto! A mesma experiência o profeta Jeremias fizera antes de Jesus. E o Senhor
ordena que seu profeta fale e que não tenha medo, ainda que seja incompreendido
e rejeitado pelo seu povo e seus parentes: “Não tenhas medo, senão eu te farei
tremer na presença deles. Eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa
coluna de ferro, num muro de bronze… Eles farão guerra contra ti, mas não
prevalecerão, porque estou contigo para defender-te!”
Por um lado, o Senhor exige fé e
confiança absoluta daqueles que ele envia, de seus profetas; por outro lado,
espera daqueles aos quais o profeta é enviado, espera do seu povo, a capacidade
de discernir, de acolher, de crer! E quantas vezes não cremos: pensamos que
Deus se calou, que não mais se manifesta, não mais nos dirige a Palavra. E, no
entanto, o Senhor nos interpela por seus profetas, por aqueles que , tantas
vezes, são na Comunidade e na vida uma palavra de Deus para nós! Caso não
sejamos abertos à Palavra, corremos o risco de perdê-la. É o que Jesus recorda
aos nazarenos: a viúva pagã de Sarepta e o leproso Naamã, também ele pagão,
foram mais abençoados que as viúvas e os leprosos de Israel, porque foram
abertos… Os nazarenos sentiram-se ofendidos porque Jesus insinuou que eles não
tinham fé e não sabiam discernir nele Aquele que o Pai enviara… e terminam por
expulsar Jesus de sua cidade. É dramático: a falta de fé fez os nazarenos
expulsarem o Messias, o Enviado de Deus. A falta de fé e discernimento, a
cegueira do coração, a dureza e o fechamento para as novidades de Deus, podem
fazer o mesmo conosco: expulsar do coração e da vida aqueles que nos trazem a
Palavra do Senhor e sua vontade a nosso respeito.
Mas, por sua vez, aqueles que são
testemunhas do Senhor e ministros do Evangelho, devem estar preparados para a
possibilidade de serem rejeitados. Somente os falsos pregadores, os malditos
vendedores do Evangelho, os missionários de televisão, é que pregam uma adesão
a Jesus fácil e que resolve nossos problemas. Na verdade, seguir o Cristo nos
amadurece e nos faz, muitas vezes, enfrentar problemas e contradições. Qualquer
um que queira colocar-se a serviço do Senhor deve preparar-se para tal
contradição: “Meu filho, se te ofereceres para servir o Senhor, prepara-te para
a prova. Endireita teu coração e sê constante… Tudo o que te acontecer,
aceita-o, e nas vicissitudes que te humilharem, sê paciente” (Eclo 2,1.4). Como
Jesus e os profetas que vieram antes dele, o serviço e a fidelidade ao
Evangelho nos colocam em dificuldades e provações! É a dor do Reino de Deus!
A mesma visão de fé que faz
distinguir os profetas do Senhor, também nos abre os olhos para reconhecer nos
outros irmãos de verdade, irmãos no Senhor, e amá-los de todo o coração. É este
o verdadeiro dom, o maior carisma de que fala São Paulo na segunda leitura. Aí,
o Apóstolo não fala de um amor-sentimento, amor-simpatia, amor-amizade, mas do
amor-caridade, o amor de Deus, que é o Espírito Santo derramado em nossos
corações, amor que é capaz de dar a vida… amor como aquele do Cristo que nos
amou primeiro e amou-nos até o fim! É este amor, que nasce da raiz do amor a
Deus, da abertura para Deus, da intimidade com Deus, que dá sentido a todas as
coisas. E sem ele, nada tem sentido para o Reino de Deus… nem a fé! Em última
análise, quem salva não é a fé, mas o amor que dá vida e sabor à fé! E o amor a
Deus, que desabrocha no amor aos irmãos, é concreto, tem que ser concreto: pode
ser visto na paciência, na benignidade, na generosidade, na humildade, na
gratuidade, na mansidão, na retidão, na verdade… E São Paulo recorda que um
amor assim é coisa de adultos na fé. Quem não ama é imaturo na fé, é criança
que pensa e age como criança! Só o amor nos amadurece, só o amor nos faz ver os
outros e a vida com os olhos de Deus
Eis, então, de modo resumido, o
desafio, o convite da Palavra de Deus hoje: (1) uma fé, uma capacidade de
acolher o Senhor, de tal modo que reconheçamos que ele vem a nós na palavra e
no testemunho de tantos irmãos e irmãs que conosco convivem; (2) uma fé capaz
de suportar com paciência e alegria os reveses da missão que Deus nos confiou e
(3) uma fé capaz de desabrochar em amor aos irmãos; amor provado e revelado em
atitudes concretas.
Creiamos: somos a Igreja, Comunidade
do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de
amor! Arrisquemos crer; arrisquemos viver de amor… e experimentaremos a doçura
do Senhor e a alegria de viver como irmãos.
ORAÇÃO
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,
adorar-vos de todo o coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Amém!
LEMBRE-SE:
“SE NÃO PARTICIPARMOS DA
MISSA, DE NADA VALE NOSSO ESFORÇO SEMANAL.”
Editado por Jorge/MFC ALAGOAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário