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domingo, 10 de fevereiro de 2013

LITURGIA DO 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 10/02/2013




5º DOMINGO DO TEMPO COMUM  


A PRESENÇA DE DEUS NOS CONDUZ À SALVAÇÃO!

Desde o Antigo Testamento, somos chamados a experimentar a misericórdia de Deus. Ele vem ao nosso encontro não para nos condenar, mas como fonte de salvação. Reconhecer a força salvífica da presença de Deus em Cristo leva-nos à conversão fundamental de assumir nossa condição de discípulos(as) de Jesus.
     
LITURGIA DA PALAVRA
 
1ª Leitura: Is 6,1-2a.3-8
Salmo Responsório: 137
2ª Leitura: 1Cor 15,3-8.11
Evangelho: Lc 5,1-11
 
EVANGELHO
Lucas 5,1-11
      
Naquele tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus.

2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes.

3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.

4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”.

5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”.

6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.

8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”

9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer.

10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”.

11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.
 
HOMILIA
Padre Helder Salvador
Reitor do Seminário São João Maria Vianney - Cariacica/ES

A liturgia deste domingo leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.

A porta de entrada deste texto, que nos traz a versão Lucana da “pesca milagrosa”(cf. Jo 22) é o primeiro versículo: “Certo dia, Jesus estava na margem do Lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus.”  Lucas deixa bem claro que o motivo de tanta gente buscar Jesus foi para “ouvir a Palavra de Deus”.  Não para ver milagre, não para receber esmola, nem cura, mas simplesmente “para ouvir a Palavra de Deus”.  E só se busca o que é agradável, o que faz bem!

A Palavra de Deus encorajava a multidão, fazia com que as pessoas se sentissem amadas, aceitas, valorizadas.  A Palavra de Deus era realmente “Boa Notícia” para os humildes e sofridos.  Nada deve - ou pode - substituir esta Palavra.  Ainda a Igreja corre atrás do prejuízo de ter privado o povo durante séculos do alimento da Palavra.  Nenhuma palavra humana, por tão eloquente ou edificante que seja, pode igualar-se à  Palavra de Deus.  Oxalá não repitamos os erros do passado!  Que saibamos ver a ação do Espírito Santo na grande procura da Bíblia entre as comunidades, especialmente entre os mais pobres.  Devemos levar a sério o que proclamou o Concílio Vaticano II no seu documento dogmático Dei Verbum: “A Igreja sempre venerou as Sagradas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor”(DV 21).  Infelizmente, nem sempre se verifica a prática dessa declaração!

Terminada a pregação, Jesus pede que Simão “avance para águas mais profundas” (v. 4), para lançar as redes.  Pois barca à beira-praia pesca nada!   Como é tentador para nós - a Igreja, as comunidades, os indivíduos - ficar seguros nas águas rasas que não apresentam perigo, mas tampouco frutos!  Se quisermos ser realmente “pescadores de homens” (v.10) teremos que enfrentar as águas profundas da vida, com todas as incertezas e inseguranças que isso acarreta.  Muito mais cômodo é ficar nas águas calmas, tranquilas, sem risco - mas fazer assim seria trair a nossa vocação batismal.  Poderemos nos perguntar - o que quer dizer para mim, “avançar para as águas mais profundas?".

Simão não se mostra muito entusiasmado diante do convite do Senhor, mas lança a barca “em atenção à tua palavra (v. 5). Aqui está o nó da questão - a atenção à Palavra de Deus. Salmo 95(94), 7 reza “Oxalá vocês escutem hoje o que Ele diz” - pois Deus nos fala todos os dias. Mas uma fala exige atenção para que seja captada.  Deus nos fala sempre - mas se não tivermos as antenas ligadas, não ouvimos.  E continuaremos acomodados nas águas rasas e tranquilas, enquanto a missão, exige que nos lancemos para águas profundas.

Pedro reage já - “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”(V. 8).  Como a luz cria a sombra, a proximidade da santidade põe em relevo o pecado humano.  O que parece normal, segundo critérios humanos, fica claramente negativo diante dos critérios do amor divino!  Mas Jesus não atende o pedido de Pedro - foi porque somos pecadores que ele veio!  Pelo contrário, fala para Pedro não ter medo - nem da sua fraqueza, nem da sua natureza pecaminosa, nem das suas falhas.  Jesus o chama tal como ele é. E ele nos ama, não como gostaríamos de ser, mas como somos de fato.

Não devemos ter medo da nossa realidade humana e pecadora, pois todos nós carregamos “um tesouro em vaso de barro”(cf. 2 Cor 4,7), mas podemos caminhar com confiança porque “se Deus está a nosso favor, quem estará contra nós”(cf. Rom 8, 1).  Somos chamados a segui-lo como somos.  Porém, isso não pode nos acomodar, pois o Evangelho deixa claro que quando os apóstolos foram chamados, deixaram tudo para segui-lo.  O seguimento de Jesus sempre exige que deixemos algo.  Resta perguntar a nós mesmos, “o que é que o seguimento de Jesus exige que eu deixe, neste momento na minha caminhada de discípulo?”.

ORAÇÃO

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Amém!
 
Editado por JORGE/MFC-AL

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