5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
A PRESENÇA DE DEUS NOS CONDUZ À SALVAÇÃO!
Desde o Antigo Testamento, somos
chamados a experimentar a misericórdia de Deus. Ele vem ao nosso encontro não
para nos condenar, mas como fonte de salvação. Reconhecer a força salvífica da
presença de Deus em Cristo leva-nos à conversão fundamental de assumir nossa
condição de discípulos(as) de Jesus.
LITURGIA DA
PALAVRA
1ª Leitura: Is 6,1-2a.3-8
Salmo Responsório: 137
2ª Leitura: 1Cor 15,3-8.11
Evangelho: Lc 5,1-11
EVANGELHO
Lucas 5,1-11
Naquele tempo, 1Jesus
estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor
para ouvir a palavra de Deus.
2Jesus
viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e
lavavam as redes.
3Subindo
numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem.
Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.
4Quando
acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai
vossas redes para a pesca”.
5Simão
respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em
atenção à tua palavra, vou lançar as redes”.
6Assim
fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então
fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles
vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.
8Ao ver
aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de
mim, porque sou um pecador!”
9É que o
espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da
pesca que acabavam de fazer.
10Tiago e
João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados.
Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás
pescador de homens”.
11Então
levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.
— Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Padre Helder Salvador
Reitor do Seminário São João Maria Vianney - Cariacica/ES
A liturgia deste domingo
leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e
d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
A porta de entrada deste
texto, que nos traz a versão Lucana da “pesca milagrosa”(cf. Jo 22) é o
primeiro versículo: “Certo dia, Jesus estava na margem do Lago de Genesaré. A
multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus.” Lucas deixa bem claro que o motivo de tanta
gente buscar Jesus foi para “ouvir a Palavra de Deus”. Não para ver milagre, não para receber
esmola, nem cura, mas simplesmente “para ouvir a Palavra de Deus”. E só se busca o que é agradável, o que faz
bem!
A Palavra de Deus
encorajava a multidão, fazia com que as pessoas se sentissem amadas, aceitas,
valorizadas. A Palavra de Deus era
realmente “Boa Notícia” para os humildes e sofridos. Nada deve - ou pode - substituir esta
Palavra. Ainda a Igreja corre atrás do
prejuízo de ter privado o povo durante séculos do alimento da Palavra. Nenhuma palavra humana, por tão eloquente ou
edificante que seja, pode igualar-se à
Palavra de Deus. Oxalá não
repitamos os erros do passado! Que
saibamos ver a ação do Espírito Santo na grande procura da Bíblia entre as
comunidades, especialmente entre os mais pobres. Devemos levar a sério o que proclamou o
Concílio Vaticano II no seu documento dogmático Dei Verbum: “A Igreja sempre
venerou as Sagradas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do
Senhor”(DV 21). Infelizmente, nem sempre
se verifica a prática dessa declaração!
Terminada a pregação,
Jesus pede que Simão “avance para águas mais profundas” (v. 4), para lançar as
redes. Pois barca à beira-praia pesca
nada! Como é tentador para nós - a
Igreja, as comunidades, os indivíduos - ficar seguros nas águas rasas que não
apresentam perigo, mas tampouco frutos!
Se quisermos ser realmente “pescadores de homens” (v.10) teremos que
enfrentar as águas profundas da vida, com todas as incertezas e inseguranças
que isso acarreta. Muito mais cômodo é
ficar nas águas calmas, tranquilas, sem risco - mas fazer assim seria trair a
nossa vocação batismal. Poderemos nos
perguntar - o que quer dizer para mim, “avançar para as águas mais
profundas?".
Simão não se mostra
muito entusiasmado diante do convite do Senhor, mas lança a barca “em atenção à
tua palavra (v. 5). Aqui está o nó da questão - a atenção à Palavra de Deus. Salmo
95(94), 7 reza “Oxalá vocês escutem hoje o que Ele diz” - pois Deus nos fala
todos os dias. Mas uma fala exige atenção para que seja captada. Deus nos fala sempre - mas se não tivermos as
antenas ligadas, não ouvimos. E
continuaremos acomodados nas águas rasas e tranquilas, enquanto a missão, exige
que nos lancemos para águas profundas.
Pedro reage já -
“Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”(V. 8). Como a luz cria a sombra, a proximidade da
santidade põe em relevo o pecado humano.
O que parece normal, segundo critérios humanos, fica claramente negativo
diante dos critérios do amor divino! Mas
Jesus não atende o pedido de Pedro - foi porque somos pecadores que ele veio! Pelo contrário, fala para Pedro não ter medo
- nem da sua fraqueza, nem da sua natureza pecaminosa, nem das suas
falhas. Jesus o chama tal como ele é. E
ele nos ama, não como gostaríamos de ser, mas como somos de fato.
Não devemos ter medo da
nossa realidade humana e pecadora, pois todos nós carregamos “um tesouro em
vaso de barro”(cf. 2 Cor 4,7), mas podemos caminhar com confiança porque “se
Deus está a nosso favor, quem estará contra nós”(cf. Rom 8, 1). Somos chamados a segui-lo como somos. Porém, isso não pode nos acomodar, pois o
Evangelho deixa claro que quando os apóstolos foram chamados, deixaram tudo
para segui-lo. O seguimento de Jesus
sempre exige que deixemos algo. Resta
perguntar a nós mesmos, “o que é que o seguimento de Jesus exige que eu deixe,
neste momento na minha caminhada de discípulo?”.
ORAÇÃO
Velai, ó Deus, sobre a
vossa família, com incansável amor e, como só confiamos na vossa graça,
guardai-nos sob a vossa proteção. Amém!
Editado por JORGE/MFC-AL
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