Maria Lourdes Bortolanza defendeu diálogo firme e sereno com os educandos |
Em comemoração ao DIA DO PROFESSOR, a mefecista de Erechim-RS, Maria Lourdes Bortolanza, mestre em psicopedagogia, auxiliada pela professora Maria Elisa Zordan Franceschi, também integrante do Movimento Familiar Cristão de Erechim-RS, proferiu palestra sobre o tema: "FAMÍLIA: PORTO SEGURO OU BARCO À DERIVA?” para professores responsáveis pelas escolas inscritas no Programa DM na Sala de Aula desenvolvido pelo Diário da Manhã na região Alto Uruguai.
A palestrante iniciou a abordagem lembrando que tudo inicia na família. “Não há quem não deseje encontrar um porto seguro para aí seu barco ancorar, recarregar energias, se sentir cuidado, ganhar afeto. Essa busca constante se deve a realidade que não é constante e em sala de aula menos ainda diante de um mundo onde se vê caos das instituições, drogas, violência, tudo sendo descartável, parecendo um barco à deriva”, declarou.
Ao afirmar que não existe um porto totalmente seguro, a psicopedagoga afirmou que família e escola parecem estar neste barco junto com pais e filhos e professores, que antes eram os protagonistas e agora vivem como reféns da mídia, das tecnologias e do poder (do dinheiro e da política). “Quem detém o poder e a sabedoria? Quem vai criar o quê? Quem são os educadores dos pais”, indagou ela, reconhecendo que bem e verdade já não são mais absolutos em função da crise de valores.
De acordo com a professora, não são as regras conscientes que direcionam as pessoas, mas a força emotiva (desejos e crença). “Não é fácil ser família nos dias de hoje, afinal nunca se viu tanto problema para garantir a sobrevivência das escolas e das famílias, que vivem em meio à ansiedade, ao medo e à insegurança. Mas como fazer esse mundo diferente diante da desonestidade e da corrupção latentes, que tiram a confiança nas instituições e nos homens públicos?”, questionou, observando que a juventude vem fenecendo por falta de alternativas e projetos vitais que combatem às drogas, ouçam e os envolvam.
Para ela, o caminho passa por laços de amizade e cooperação e promoção da harmonia na família e na escola. “Cultura sem afeto forma monstros, por isso também é necessário cuidar da saúde física e emocional dos educadores”, defendeu.
Conforme a psicopedagoga, o professor tem que manter a autoridade, dizer não consciente porque, emocionalmente, a criança espera limites. “A solução de conflitos passa pelo diálogo, que deve ser ao mesmo tempo firme e sereno, com o não também sendo uma expressão de amor e cuidado. Organizar espaços sistemáticos, fechar acordos, cumprir o que se promete, orientar os educandos a escrever seus compromissos e cobrá-los são formas de melhorar e evoluir essa relação, porque afeto e firmeza produzem segurança e evitam o barco à deriva. Não é com pena que educamos, mas com sabedoria e persistência”, acrescentou.
Maria Lourdes e Maria Elisa aproveitaram para divulgar o MFC – Movimento Familiar Cristão, que é um movimento leigo, preocupado com a família. Ao darem testemunho de como os casais do MFC, que estão juntos há 35 anos, trabalham os temas em promoção da família, declararam que a convivência e a troca de experiências contribuem para ampliar a solidariedade junto às demais famílias da comunidade.
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