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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VOTO DE LOUVOR À HONESTIDADE

Alberto Nonô
Advogado e Membro do MFC MACEIÓ
Grupo Reencontro - 9ª Nucleação

Ao ler a entrevista da Ministra Eliana Calmon, quem não conheço pessoalmente, fiquei extasiado pela coragem, lucidez e veemência com que expôs esta praga que assola o Poder Judiciário Brasileiro. De seu lúcido depoimento, não retiraria uma vírgula sequer, apenas acrescentaria que esses desvios de conduta, ultrapassam muita à visão da Ministra; pois, se houvesse uma investigação honesta e atuante, o percentual dos bandidos de toga alcançaria, sem medo de errar, 20% dos magistrados. É utopia, mas ocorrendo uma investigação, como aconteceu com o caso do assassinato da Juíza Patrícia Acioly, infelizmente, se constataria às minhas afirmativas. Conclamo os homens e mulheres honestos desse país, os colegas advogados, os estudantes e principalmente os juízes para apoiarem esta GRANDE brasileira, que atingiu a ferida do Poder que deveria ser um exemplo para a sociedade, revigorando in totum os poderes do Conselho Nacional de Justiça.

Não foi surpresa o posicionamento do Ministro Peluso, insurgindo-se em favor dos juízes; depois da estranha entrevista que concedeu á Veja, onde opinou por não prender os marginais, face a falta de cadeias e ensejar a extinção de recursos jurídicos, é muito PEQUENO.

Este exemplo deveria vir de cima para baixo, a sociedade precisa estancar esta virose, porque ela esta se transformando em praga, e das brabas. A Ministra deu o bote; a OAB, através de seu presidente Dr. Ophir Cavalcante, meu paraninfo Dr. Marcelo Lavenere Machado, a ABI, a sociedade como um todo devem apoiar e conclamar o posicionamento da ministra Eliana Calmon, sob pena de deixar passar uma oportunidade, talvez única, de sustar, arrefecer essa doença contagiosa que esta aos poucos destruindo à honra e a vergonha dos homens honestos deste país.

Afirmo isto, com a experiência de quarenta e cinco anos de advocacia; com a participação como conselheiro da OAB/AL, presidente do Tribunal de Ética e advogado atuante em todas as esferas do Judiciário. Anos atrás, era inconcebível o desvirtuamento do poder judicante, era exceção da exceção, hoje esta se tornando corriqueiro; antigamente os juízes moravam em suas Comarcas, conviviam com a população, era um verdadeiro sacerdócio, o concurso exigia uma prática jurídica de cinco a dez anos; inclusive para evitar o favorecimento de parentes e filhos de magistrados e desembargadores, enfim, eram respeitados pela sociedade pela correção de suas vidas e atos; o que é uma pilhéria atualmente.

Impunham um norte de querer primeiro ser, para depois ter; esta visão esta sendo desvirtuada, é observada no estacionamento dos fóruns, onde vicejam carros sofisticados e do ano; na fausta vida consumista que fazem questão demonstrar, acham-se acima das outras camadas sociais, inclusive e principalmente esquecem que são advogados.

Claro que a maioria dos magistrados são decentes, mas, é um fato notório, clarividente esta mudança nefasta, crescente e perigosa dessa minoria extasiada pelo consumismo desvairado.

A Veja cita o caso de 39 juízes que não eram investigados especificamente, surgiu o problema por acaso e se multiplicam nas constatações feitas com muito critério pelo CNJ que deve ser prestigiado, pois, surgiu como um freio, desde que às Corregedorias dos TJ’s, são inócuas.

Quero deixar claro que esta é uma opinião pessoal, inclusive descrente desse país, roubado de seus melhores sentimentos, pelos poderes públicos que deveriam outorgar à nossa sociedade exemplos de grandeza e honradez.

Ministra, será uma pena que seu ato de extrema coragem e cidadania não seja aproveitado como mote, pela sociedade para tentar estancar essa epidemia que vem assolando nossa Justiça.

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