Erika Salazar, Iracema Abranches e Margarida Salomão convidadas do MFC para falar sobre a situação da mulher na vida quotidiana |
Com o objetivo de valorizar a participação feminina nas atividades quotidianas, o Movimento Familiar Cristão (MFC) realizou, no último dia 18, mais um Painel da Mulher. O evento foi realizado no salão da Igreja de Santa Terezinha, no bairro de mesmo nome, e contou com grande participação das pessoas que integram o MFC. A grande presença masculina foi elogiada pelas três convidadas da noite: a jornalista da TV Panorama, Erika Salazar; a ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Margarida Salomão; e a professora e psicóloga Iracema Abranches.
Erika foi a primeira a palestrar. Ela destacou a evolução que a sociedade vem passando em relação à participação da mulher no mercado de trabalho. Para isso, deu exemplo de sua família ao relatar que sua mãe foi criada para ser dona de casa, o que faz “com muito prazer e muito bem, sendo reconhecida por isso”. Entretanto, as quatro filhas foram criadas para serem mulheres independentes. Apesar da evolução, Erika demonstrou que ainda é preciso caminhar adiante. Como exemplo, ela citou dados que apontam que 60% do mercado informal é composto por mulheres e que elas ainda recebem menos que os homens para executar a mesma função.
Iracema Abranches abordou, durante a sua palestra, a valorização das mulheres na sociedade. Durante a sua fala, destacou a diferença entre homens e mulheres: “As mulheres vêm lutando há muito tempo por um papel de igualdade. Mas ser diferente do homem é importante. A diferença é bonita, o que não é bonito é o preconceito.” Ela corroborou com os dados apontados por Erika Salazar ao afirmar que as mulheres recebem 76% do que é pago aos homens para executar a mesma função.
A última painelista da noite foi a ex-reitora Margarida Salomão. Crítica, ela disse que existe uma tendência de discutir a emancipação das mulheres da classe média. Para ela, as mulheres pobres sempre foram emancipadas. Ela destacou ainda que para analisar o papel da mulher na sociedade, é preciso fazer um recorte muito bem feito. “A questão de gênero é atravessada pela questão de classe social. A emancipação da mulher de classe média é feita às custas das mulheres pobres, das empregadas domésticas, únicas trabalhadores que não gozam plenamente dos direitos trabalhistas”, destacou Margarida, que ainda abordou o não-reconhecimento das atividades femininas em casa, o que ela chamou de “trabalho invisível”. Em relação à representatividade política, Margarida relatou que apesar do Brasil ter elegido a primeira presidenta de sua história, o número de mulheres no Congresso Nacional está menor que na legislatura anterior.
Texto: Thiago Stephan - Foto: Sérgio Neumann
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