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terça-feira, 12 de junho de 2012

MFC RONDONOPOLIS-MT PARTICIPOU DA FESTA DE CORPUS CHRISTI

Festa de Corpus Christi em Rondonópolis-MT

Pe. Ilson Lopes de Assunção
Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Rondonópolis - MT

O
 Movimento Familiar Cristão de Rondonópolis – Mato Grosso e toda comunidade católica de Rondonópolis comemoraram Corpus Christi, “Corpo de Cristo entregue e do Sangue derramado por nós”. “É a solene comemoração do amor do Filho de Deus, que deu a vida para nos salvar.

Na Quinta-Feira Santa recordaram a última ceia, na qual Jesus instituiu o Sacrifício da Nova Aliança e a selou com seu próprio sangue, aceitando a morte violenta na cruz. O apóstolo João faz a apologia desse “amor primeiro” pelo qual Jesus Cristo  – antes de qualquer resposta de nossa parte  – entregou-se  a Deus Pai por nós (1Jo 4,8). A ênfase litúrgica foi colocada no amor de Cristo por todos.  “Não há maior amor do que dar a vida pelo amado” (Jo 15,13).

Na festa do “corpo de Cristo” lovou-se a Deus pelo grande dom da Eucaristia. Um aspecto primordial na celebração foi a resposta da doação do salvador. “Deu a vida por nós, diz São João, que conclui: “Também nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3,16). Amor com amor se paga. Assim, a mensagem e o significado do “corpo entregue de Cristo” é a descoberta de que, ao amor gratuito e “primeiro” de Deus para conosco, deve corresponder o nosso “amor primeiro” aos irmãos: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo” (Jo 13,35). Entrar em comunhão com Cristo pela eucaristia é imitar o Divino Salvador e comprometer-se em empenhar-se a fim de que todos tenham vida.

Em cada Celebração Eucarística, estamos pedindo a Deus que nos auxilie a cumprir o mandamento da nova lei, amando “primeiro” – com plena gratuidade – aos irmãos, a começar dos mais necessitados. A eucaristia é, assim, fonte de doação fraterna e tende a se expressar em gestos de solidariedade e partilha, lançando, ainda nesta vida, as bases para um tipo novo de sociedade, marcada pela justiça, concórdia e paz.

“Concentra-se, portanto, na Eucaristia um enorme potencial de doação e serviço ao próximo, nascido do mandamento do amor, que deveria dinamizar cada um de nós e a comunidade cristã para atender às necessidades espirituais e materiais do nosso povo.” (Dom Luciano Mendes de Almeida: A Eucaristia e o “amor primeiro”. Publicado na Folha de S. Paulo, em 5 de junho de 1999).

Nessa perspectiva insere-se o trabalho evangelizador da Diocese de Rondonópolis através das Comunidades Eclesiais, do Movimento Familiar Cristão, Juventude do Movimento Familiar Cristão (MFC) e das seguintes pastorais: Pastoral Catequética (com crianças, jovens e adultos), Pastoral Litúrgica, Pastoral Vocacional (SAV), Pastoral do Dízimo, Pastoral Familiar, Pastoral dos Ministérios Leigos, Pastoral da Sobriedade, Pastoral da Mulher Marginalizada, Pastoral da Criança, Pastoral Juvenil, Pastoral da Mulher, Pastoral Indigenista (CIMI), Pastoral da Saúde, Pastoral da Comunicação, Pastoral nos Assentamentos e Pequenos Agricultores, Pastoral Carcerária, Pastoral do Povo da Rua, Pastoral do Menor, Pastoral da AIDS; contamos também com Ensino Religioso Escolar e a Infância Missionária; temos ainda a força dos seguintes movimentos: o Movimento de Cursilho de Cristandade para adultos e jovens (MCC), Renovação Carismática Católica (RCC), Apostolado da Oração, Legião de Maria, Vicentinos; há ainda os organismos e serviços que são os seguintes: Cáritas Diocesana, Obra Kolping, Cooperativa – COMAJUL, Casa Bom Samaritano, Casa Esperança, Comitê Contra a Fome e Pela Vida, Recanto Fraterno, Oratório Dom Bosco, Kobra, Casa dos Adolescentes Sagrada Família, Casa São Domingos Sávio, Casa Laura Vicunha, Acampamentos (Associação Divina Providência).

Ainda é necessário dizermos que muitas pessoas encontraram no serviço voluntário a maneira de vencer a depressão ou de reencontrar um sentido para suas vidas, preenchendo o vazio existencial de que sofriam, de modo que hoje são felizes todos os dias.

Claro, os seguidores de Jesus fazem tudo isso sabendo que “não basta dar o peixe, mas é preciso ensinar pescar”, embora também tenham consciência de que não adianta só ensinar a pescar – porque, às vezes o logo ou o rio encontra-se cercado – mas é necessário encontrar maneiras para o povo ter acesso ao local de pesca, que às vezes, encontra-se monopolizado, por isso, cresce a consciência da necessidade do compromisso político (podendo ser pelas atitudes políticas do dia-a-dia ou até mesmo assumindo um compromisso partidário) como vivência qualificada do amor cristão, “imitando o coração de Jesus realmente presente na Eucaristia”, que nos alimenta e nos torna capazes de tornar visível no mundo de hoje o amor de Deus que nos amou primeiro (Cf. 1Jo 4,10-12).

Mas ainda não podemos esquecer que “Nossa vida nesse mundo é fazer o bem. Nossa alegria e paz são diferentes. Reconciliamo-nos com o projeto divino de salvação. A vontade de Deus é o nosso paraíso. Como esquecemos a expressão do Pai Nosso “seja feita a vossa vontade”…

Não existem exceções para este pedido. Deus nos dá força para enfrentarmos as dificuldades, inseridos no cotidiano da vida humana. Nossa mística, que nasce da Eucaristia, é a de quem aceita as situações da vida como elas são, faz-se forte na oração, confia no amor do Pai, mas não foge da tribulação. Temos às vezes uma visão de que se Deus nos ama, devemos estar muito bem. Comumente afirmamos: “Rezei e não aconteceu nada”. São Paulo afirma que tudo concorre para o bem do que tem a experiência  do amor de Deus. Se você acredita no amor, vai ver o mundo de modo diferente.

A Eucaristia quer nos convencer que Deus nos ama. Tudo o que acontece é visto à luz do amor. Não coloco mais em dúvida o amor. A ação de Deus no mundo é lenta. Estamos no mundo que contem a fragilidade do pecado. A Eucaristia nos joga para dentro da realidade, sem privilégios e sem milagres. Jesus não mudou as articulações do mudo, mas mudou nosso coração para viver no mundo. Não quero dizer que não podemos rezar pedindo saúde, mas muitas vezes não somos curados e Deus nos ama. Não nos queixemos da vida. Passamos por aquilo que todo mundo passa. A salvação é lenta na história. Temos que nos reconciliar com Deus, com o projeto divino que passa pela cruz. Enfrentar as dificuldades sem colocar em questão o amor do Pai é a grande maturidade, a força para transformar a sociedade.

Jesus não entrou na história de seu tempo com grandes honras, mas respeitando a história e se identificando com os mais simples e humildes, respeitando a fragilidade da liberdade humana. A Eucaristia é o amor maior, a grande revelação. À medida que penetramos na Eucaristia, encontramos a força para mudar nosso modo de ser no mundo. A grande chave de compreensão da vida se realiza no amor.

Por que a Igreja insiste tanto para que participemos da Santa Missa? Não podemos viver sem ouvir o amor do Cristo: “Isto é o meu Corpo, que é dado por você; o meu Sangue que é derramado por você”.

A Eucaristia coloca diante nós – no horizonte de nossa vida – a felicidade. “Eu vou preparar-vos um lugar”. “Quando recebemos a Eucaristia estamos dinamizados para a felicidade.” (Dom Luciano Mendes de Almeida. XV Congresso Eucarístico Nacional. Cancaonova.com)

Por tudo isso, temos mesmo é que fazermos uma bonita festa para falar desse amor de Deus em um mundo no qual o ser humano (todos nós) está muito necessitado de encontrar um verdadeiro amor, em quem possa colocar sua esperança e o sentido de sua vida. Uma bela liturgia a todos nós! E que a Eucaristia nos ajude encontrar o caminho do diálogo ecumênico, inter-religioso e pluricultural e também uma atitude de cuidado permanente com a questão ecológica. Amém

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