Guilhermina e Carlos (MFC Salvador) participaram da manifestação |
Membros do Movimento Familiar Cristão de Salvador – Bahia se uniram aos moradores e amigos do Bairro Acupe e promoveram uma manifestação em repúdio à agressão impetrada ao bairro por uma construtora.
Apoiada pelo órgão que deveria proteger os interesses da coletividade - a SUCOM - a construtora promoveu uma completa destruição num dos últimos resquícios de Mata Atlântica da cidade, aterrou uma nascente, expulsou a rica fauna nativa, etc, tudo em nome da ganância corporativa.
A construtora agiu na calada da noite e nas sombras do dia, ignorando solenemente a necessidade dos estudos de impacto ambiental e vizinhança, por se tratar de área de preservação permanente e por gerar um verdadeiro nó no tráfego já caótico da região.
A escala da tragédia pode ser mensurada em projeções básicas: 06 (seis) novas torres, 671 (seiscentos e setenta e um) apartamentos, aproximadamente 2500 (dois mil e quinhentos) moradores e 2000 (dois mil) novos carros.
Como agravante, o fato de não haver saídas compatíveis, reduzindo-se a duas estreitas ruas residenciais que desembocam na já saturada Ladeira do Acupe. Já imaginaram o caos nas horas de pico!
Os moradores não pretendem deixar que esse absurdo se consolide. A primeira ação, inaugurando uma série, foi essa primeira manifestação, coroada de extremo sucesso.
A concentração foi no módulo policial do Acupe, local estratégico e politicamente correto. Um expressivo número de moradores e amigos conscientes marcaram presença e manifestaram todo o repúdio à situação.
A localização estratégica harmonizava essas tendências aparentemente conflitantes. O movimento interditou apenas uma das pistas - tangente ao módulo - no sentido D. João VI / Vasco da Gama. Os veículos que transitavam nesse sentido eram desviados pelo contorno da praça, garantindo um fluxo tranqüilo e contínuo.
No outro sentido - Ladeira / D. João VI, passagem livre, porém permeada pela rápida panfletagem que esclarecia os motivos da manifestação. Os motoristas eram convidados a buzinar caso apoiassem a causa, o que sempre acontecia. Quando vinha algum ônibus que não conseguiria contornar a praça, a inestimável ajuda da Polícia Militar garantia a passagem na "contramão"!
No pequeno trecho interditado, um toldo, palanque, carro de som e os manifestantes. Sob o toldo, a área do "velório da Natureza Assassinada".
No palanque livre, orientações, discursos, leitura de mensagens de apoio, músicas, enfim, todas as formas de denunciar o absurdo. A Arte também esteve presente, com uma maravilhosa canção que conta as agruras de um comprador enganado. Seria hilária, se não fosse verdadeiramente trágica. O palanque também serviu para coletar as assinaturas que "abastecerão" o Ministério Público.
A cobertura da mídia foi intensa, reforçando a propagação das idéias e ideais.
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